Caso Luisa Baptista: Após coma, triatleta se comunicou com os olhos e músicas do Legião Urbana ajudaram na recuperação

‘Segunda Largada’: 6º episódio mostra como Luisa voltou do coma ao som de Legião Urbana Em um dos relatos mais emocionantes de sua recuperação, a triatleta Luisa Baptista, que ficou dois meses em coma após um grave atropelamento em 2023, em São Carlos (SP), estabeleceu uma forma de comunicação com a família através dos olhos no hospital em São Paulo. 📱 Siga o g1 São Carlos e Araraquara no Instagram 🔎A série especial "Segunda Largada", lançada pela EPTV, afiliada da TV Globo, neste mês de outubro, retrata a difícil caminhada da triatleta Luisa Baptista para retomar a vida após o trauma e como foi a investigação do acidente. Ela ficou dois meses em coma, com quase 30 fraturas. O 6º episódio detalha como a mãe da atleta, Jaqueline, descobriu que a filha conseguia responder a estímulos e como músicas da banda Legião Urbana marcaram a saída do coma. (veja o episódio completo acima). LEIA MAIS: VÍDEOS: reveja todos os episódios da série 'Segunda Largada' INVESTIGAÇÃO: Cena de atropelamento de triatleta foi alterada após moto ser colocada em outro local; entenda BASTIDORES: veja como foi a produção da série especial da EPTV Novo jeito de "falar" Mãe de Luisa Baptista relembra como conseguiu se comunicar com a filha no hospital Reprodução/ EPTV A mãe de Luisa, a farmacêutica Jaquelina Baptista Duarte, se emociona ao lembrar como conseguiu se comunicar com a filha ainda no hospital pela primeira vez após o acidente. Tudo começou com uma pergunta. "Lu, tá com dor? Se você tiver com dor, pisca", perguntava a mãe. "E ela piscava". Por dois meses, essa foi a maneira de se comunicarem em meio a um cenário de incertezas, no qual os médicos alertavam para os "piores cenários" neurológicos. A reviravolta no quadro de saúde de Luisa, e ponto central do episódio, começou em uma madrugada, quando a mãe a ouviu murmurar alguma coisa. A primeira palavra dita, ainda com a traqueostomia que dificultava a fala, foi "sede". O momento marcou o início de uma recuperação surpreendente que, logo em seguida, ganharia uma trilha sonora de esperança. O despertar ao som de Legião Urbana Guitarrista do Legião Urbana participa de série Segunda Largada e se emociona Reprodução/ EPTV Pouco depois de voltar à consciência, Luisa impressionou a todos ao começar a cantar o repertório completo de Legião Urbana, cujas músicas tocavam em uma televisão no quarto do hospital por iniciativa de sua mãe. "Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou", cantava a atleta, mesmo com a voz ainda fraca. Para a família, a clareza com que ela se lembrava das letras foi o sinal definitivo de que Luisa não teria sequelas neurológicas graves. "Olha isso, a Luisa não vai ter sequela neurológica. Como assim cantando?", disse a mãe em uma mensagem enviada ao marido. A força da música na reabilitação da triatleta emocionou o guitarrista do Legião Urbana, Dado Villa-Lobos. Em depoimento, ele refletiu sobre a conexão entre arte e cura. "A medicina é a mistura da ciência com a arte. Então a música toca a alma da pessoa". O músico destacou ainda a singularidade da situação: "Você vê que uma canção, algumas canções, estão ali dentro para trazer conforto e esperança". A celebração de cada conquista Luisa teve de reaprender movimentos básicos. Cada mínimo progresso era celebrado como uma grande vitória. A primeira vez que conseguiu tomar um banho de chuveiro foi registrada a seu próprio pedido: "Pai, filma, filma", dizia ela. Apoio familiar foi decisivo na recuperação de Luis Bpatista Reprodução/ EPTV / arquivo pessoal Ela relembra a alegria daquele momento. "Eu tava super feliz que eu tava lá tomando banho de chuveiro". Outra conquista marcante foi tomar o primeiro banho de sol em uma janela do hospital. "Puxa, eu fiquei lá sentindo o calor na cara. Foi super gostoso". A família se manteve ao lado de Luisa durante todo o processo, com a mãe permanecendo por 24 dias quase sem dormir, em vigília constante. A recuperação, que os médicos consideraram impressionante, foi atribuída pela equipe ao preparo físico e mental da atleta e ao forte suporte familiar. Para a mãe, cada reação era como ver a filha renascendo. "Tive minha filha nascendo de novo". A série se encerra em 15 de outubro, data do julgamento do motociclista que a atropelou. Você confere todos os episódios também na playlist do g1. REVEJA VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara