Depressão: teste de saliva promete acelerar e tornar mais barato o diagnóstico

20/10/2025 - 10:30  
Depressão: teste de saliva promete acelerar e tornar mais barato o diagnóstico

USP de São Carlos cria teste rápido que pode ajudar no diagnóstico da depressão Pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFSCP-USP) em São Carlos (SP) desenvolverem teste de saliva que promete acelerar e tornar mais barato o diagnóstico da depressão. 🩺 Atualmente, esse tipo de análise só está disponível em laboratórios especializados, exigindo certo investimento e tempo para entrega dos resultados. 📱 Siga o g1 São Carlos e Araraquara no Instagram A expectativa é que, no futuro, o dispositivo portátil também auxilie no diagnóstico de transtornos como Alzheimer e bipolaridade (leia abaixo). O pesquisador Paulo Augusto Raymundo Pereira, um dos responsáveis pelo projeto, explica que o sensor desenvolvido é capaz de identificar os níveis de uma proteína chamada BDNF. Especialistas afirmam que, quanto menor a quantidade dessa substância no paciente, maior o risco do surgimento de distúrbios neurológicos e psquiátricos. "Ele [sensor] captura essa concentração de proteína na saliva. Tem uma mudança na condutividade do sensor e, assim, a gente pode correlacionar o nível de proteína na saliva com esse sinal medido através do smartphone", diz o pesquisador. Como teste de saliva promete acelerar e tornar mais barato diagnóstico da depressão EPTV /Reprodução O dispositivo é descartável e feito de materiais que possuem baixo impacto ambiental. A expectativa é que cada unidade custe menos de R$ 15. 🧪 Como funciona a análise Ainda de acordo com Pereira, o diagnóstico é feito a partir dos seguintes passos: Gota da saliva do paciente é coletada Material genético é analisado por aparelho Leitura é feita Dados são enviados a computador ou smartphone Os testes já foram feitos em humanos e apresentaram resultados positivos, segundo o pesquisador. Esses resultados, inclusive, foram publicados na revista especializada American Chemical Society (ACS) Polymers Au. Mais notícias da região: VIOLÊNCIA: Denúncias de maus-tratos a animais crescem 25% em São Carlos; multa chega a R$ 8 mil TRÂNSITO: Radares começam a operar em São Carlos em rodovias da região; veja locais EDUCAÇÃO: Em 10 anos, número de matrículas em EAD quase quadriplicou no ensino superior 👩‍⚕️ Outros diagnósticos Atualmente, o sensor é capaz de identificar apenas a proteína BDNF. Nada impede que, no futuro, novas substâncias sejam identificadas pelo dispositivo, o que facilitaria o diagnóstico de outros transtornos psicológicos, como bipolaridade, Alzheimer e ansiedade. "A gente fez um único sensor para detecção de uma única proteína. No futuro, a gente pode criar um painel de sensores e esse painel pode detectar diversas proteínas a partir de uma mesma gotinha de amostra. Isso facilitaria no diagnóstico de outras doenças, também", explica o especialista. ➡️ Próximos passos Atualmente, o projeto está em fase de escrita de redação de patente junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Com a parte experimental já concluída, a pesquisa aguarda investimentos para entrar em circulação. De acordo com os pesquisadores, cada unidade do sensor deve custar R$ 12. "Ele pode ser tanto utilizado para auxiliar o médico no diagnóstico da doença como para o manejo da doença. Se a proteína tiver uma mudança significativa, indica que o tratamento está sendo eficiente. Isso é muito bom para o paciente porque evita efeitos colaterais de medicamentos que não estão sendo eficientes", ressalta Paulo Pereira. A dor de quem sofre Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 280 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. A fotógrafa Bruna Floriano, de Santa Rita do Passa Quatro (SP), está há mais de dois anos em tratamento contra a doença. "O médico falava para eu ter paciência, porque, com o tempo, eu iria melhorar. Mas foram alguns anos esse tempo que eu iria melhorar", lamenta. A fotógrafa passou a tomar uma nova medicação e diz que, atualmente, recuperou a qualidade de vida. O tempo até que isso acontecesse, de acordo com ela, poderia ter sido encurtado com um diagnóstico mais preciso. "Com certeza, hoje já estou bem mais estável. Estou com uma vida bem mais saúdavel e com uma vida mais saúdavel. Estou conseguindo acordar e trabalhar, coisa que eu não conseguia há um tempo", explica. REVEJA VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara