Pesquisa revela riscos de bactéria e fungos em carrinhos e cestinhas de supermercados


Pesquisa revela riscos de bactérias e fungos em carrinhos e cestinhas de supermercados Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a empresa Nanox mostrou que objetos de supermercado, como carrinhos e cestinhas, podem esconder bactérias e fungos que causam problemas de saúde. O contato frequente das mãos dos consumidores, restos de alimentos e a limpeza inadequada potencializam o risco de transmissão de doenças. Os "inimigos invisíveis" podem estar nas alças e puxadores. Para evitar a contaminação, os pesquisadores desenvolveram um produto antimicrobiano, que pode ser colocado no plástico que envolve os carrinhos e puxadores. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 São Carlos no WhatsApp “A tecnologia acaba inibindo essa proliferação e traz mais segurança pro estabelecimento e para o consumidor também”, Ricardo Próspero , gerente de marketing. Testes Pesquisadores da Nanox, empresa de tecnologia antimicrobiana nascida dentro da UFSCar, fizeram o teste em hortifruti e supermercado para comprovar presença dessas bactérias e resultado impressiona. Para realizar a pesquisa, uma cestinha aleatória foi escolhida e o mesmo procedimento foi repetido com um carrinho. Pesquisa foi feita em cestinhas e carrinhos de supermercado de São Carlos EPTV/Reprodução Mais notícias da região: CIÊNCIA: Com nanofibras, spray que aumenta eficácia de filtros de ar é criado em pesquisa da UFSCar IA: Aplicação de inteligência artificial pode prever casos de bebês que nascem com baixo peso, diz estudo da USP feito em Araraquara REFERÊNCIA: Professora da USP de São Carlos é eleita para a Academia Mundial de Ciências "A gente tira esse material, faz a coleta esfregando o bastonete no carrinho/cestinho, coloca no tubo de ensaio e leva para o laboratório, e a partir desse momento realiza as análises “, disse Daniela Cosmos, assistente de laboratório industrial. A pesquisadora Daniela Cosmos durante realização da pesquisa em São Carlos EPTV/Reprodução Um bastonete é esfregado em superfícies onde as colônias de microorganismos se desenvolvem e também em uma plaquinha com o produto antimicrobiano. O resultado aparece depois de 48 horas. Na plaquinha com o produto, praticamente nada. Mas nas outras, a quantidade de microorganismos foi grande. Camila Lourenço Pereira é gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovações, e informou que há milhares de bactérias dentro de uma colônia. Confira a lista de bactérias e produtos encontradas na pesquisa: E. Coli: conhecida popularmente como bactéria da carne malcozida ou bactéria da água contaminada; Salmonella: chamada de bactéria do ovo cru ou bactéria da intoxicação alimentar; Candida: popularmente conhecida como fungo da candidíase ou simplesmente fungo vaginal, embora também possa causar infecções em outras partes do corpo; Aspergillus niger: muitas vezes referido como fungo do mofo preto (muito comum em paredes úmidas e alimentos estragados). Contaminação cruzada O médico epidemiologista Bernardino Souza informou que no caso de pessoas com deficiência imunológica, as infecções tendem a ser mais graves. O profissional também explicou que várias bactérias e fungos num único lugar é situação perfeita para a chamada contaminação cruzada. “É a transmissão de uma pessoa para a outra, mas de forma indireta, pelo intermédio de alimento ou superfície contaminada. Por exemplo, eu posso ter a bactéria, pego no alimento, transfiro e você usa isso e pode contaminar”, disse. Contaminação ficou evidente em superfícies que não tinham o produto antimicrobiano EPTV/Reprodução Higienização Apesar das normas de higienização para equipamentos de supermercados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não há regulamentação específica para carrinhos e cestas. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê que os estabelecimentos são responsáveis pela higienização de utensílios e equipamentos utilizados no fornecimento de produtos. Na pandemia da covid-19, era comum que as pessoas fizessem a limpeza antes das compras, mas a prática foi pontual e não se tornou um hábito para a maioria dos consumidores. O dever de higienizar cabe ao comerciante, seja com água e sabão, ou investir em produtos antimicrobianos. O consumidor deve sempre se lembrar de lavar as mãos e fazer a sua parte também. "O que mais evita infecção hospitalar é lavar as mãos, deve ser um hábito corriqueiro, sem neurose. Tem que ter esse cuidado. Alimentos só bem lavado e cozido, nunca comer com mão suja e evitar colocar mão na boca e nariz. Isso já ajuda para que bactterias não tragam maiores problemas para nós”, finalizou o epidemiologista. Lavar as mãos é uma solução eficaz para evitar contaminação de fungos e bactérias EPTV/Reprodução REVEJA VÍDEOS DA EPTV CENTRAL: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara