Polícia Civil faz operação contra postos de empresários suspeitos de ligação contra o PCC

Operação da Polícia Civil cumpre mandados em postos de combustíveis suspeitos de ligação com PCC Cinco postos de combustíveis da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, e um em Araraquara, no interior paulista, são alvos da Operação Octanagem, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (21). O objetivo da ação é cumprir mandados de busca e apreensão em estabelecimentos relacionados ao empresário Mohamad Hussein Mourad. Ele é suspeito de comandar a lavagem de dinheiro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O empresário foi investigado por meio da Operação Carbono Oculto, que revelou a infiltração do PCC na cadeia de produção e distribuição de combustíveis no Brasil. Ao todo, seis mandados de busca e apreensão são cumpridos nesta terça-feira (21), sendo três em postos de combustíveis em Praia Grande, dois em Santos e um em Araraquara. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Segundo a polícia, o objetivo da ação é atingir o lado “varejista” da organização criminosa, que continua em funcionamento mesmo depois da Carbono Oculto. A operação é acompanhada por fiscais da Agência Nacional do Petróleo, Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Dono de uma série de postos de gasolina, Mohamad Hussein Mourad é o principal suspeito de comandar a lavagem de dinheiro do grupo criminoso PCC Reprodução/TV Globo A operação faz buscas em seis postos de combustíveis: cinco pertencem a Pedro Furtado Gouveia e um Luiz Ernesto Franco Monegatto (confira abaixo os endereços). Gouveia e Monegatto foram alvos da Operação Carbono Oculto, por suposta relação com Mohamad Hussein Mourad, principal suspeito de comandar a lavagem de dinheiro do PCC, e que está foragido. Como o g1 mostrou em 4 de outubro, Gouveia é o maior dono de postos entre os alvos da Operação Carbono Oculto. Ele é sócio em ao menos 56 dos 251 estabelecimentos identificados pela reportagem a partir de registros oficiais da Receita Federal e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Procurada à época, a defesa de Gouveia não se manifestou. Monegatto é sócio em outros 13 postos. O g1 não conseguiu falar com a defesa dele à época. MAPA: onde ficam os postos que são de investigados na megaoperação contra o PCC Postos de combustíveis alvos da Operação Octanagem Elo com Mohamad Segundo as investigações, os seis postos têm ligação com Himad, primo de Mohamad e descrito na Operação Carbono Oculto como um dos expoentes da organização criminosa. Em junho de 2025, um investigador fez uma compra em junho de 2025 no Auto Posto Panamera, de Praia Grande (SP), que pertence a Pedro Gouveia, e notou que o comprovante de pagamento saiu em nome do Auto Posto Ímola, de Araraquara (SP). O Ímola pertence a Monegatto e, segundo o antigo dono, foi vendido a ele e a Himad, que não aparece no quadro societário dos estabelecimentos. Até março de 2025, Himad também foi sócio do Auto Posto Platinum, de Praia Grande (SP), e dos postos Super Senna, e Novo Milênio, de Santos (SP), todos atualmente pertencentes atualmente a Pedro Gouveia, assim como o Quasar, de Praia Grande (SP). Segundo o levantamento do g1, Himad é sócio direto de dez postos – mas a polícia suspeita que ele seja ligado a mais de 100. O g1 não conseguiu localizar a defesa do investigado. Posto de combustível em Santos é alvo da Operação Octanagem, deflagrada pela Polícia Civil Yasmin Braga/TV Tribuna Carbono Oculto Deflagrada em agosto, a Operação Carbono Oculto reuniu cerca de 1,4 mil agentes para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão com objetivo de desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Alvos de megaoperação do PCC são sócios em ao menos 251 postos de combustíveis A operação, considerada a maior da história do Brasil contra o crime organizado, teve como alvos mais de 350 pessoas e empresas suspeitas de ajudar o PCC a esconder o dinheiro obtido nos crimes – prática conhecida como lavagem de dinheiro. O grupo sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, segundo autoridades da Fazenda de SP. Quinze alvos da operação, supostamente ligados a esse esquema de lavagem, são sócios de ao menos 251 postos de combustíveis em quatro estados do país segundo levantamento feito pelo g1. Destes, 33 postos ficam em seis cidades da Baixada Santista, sendo 12 postos em Santos, 9 em Praia Grande, 6 em Guarujá, 3 em São Vicente, 2 em Cubatão e 1 em Mongaguá. Onze postos operam sem bandeira, enquanto os demais estão vinculados a Ipiranga (12), Rodoil (9), BR Petrobras (1). Nenhuma dessas distribuidoras foi alvo direto da operação. Infográfico: Como funcionava o esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis Arte/g1 VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos