'Taxa do lixo' em São Carlos é alvo de reclamações; busca por boleto da 1ª parcela gera filas


Neste ano, a taxa pode variar entre R$ 22,44 e R$ 51,95, e valor depende do tipo de imóvel e da frequência da coleta. Moradores de baixa renda podem pedir isenção. Cobrança da taxa do lixo gera queixas de moradores em São Carlos Vence nesta segunda-feira (30) a primeira parcela da 'taxa do lixo' em São Carlos (SP). A cobrança da taxa municipal de resíduos sólidos, que tem valor definido pelo tipo de imóvel e pela frequência da coleta, está gerando queixas de moradores. Muita gente reclama do gasto a mais todos os meses e da cobrança em imóveis e terrenos desocupados. 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp Neste ano, a taxa pode variar entre R$ 22,44 e R$ 51,95. As cobranças dos meses de março, abril e maio vão ser divididas nos meses restantes de 2025. Já para 2026 serão 12 boletos, um para cada mês. Filas por boleto Moradores que não recebem boleto da taxa do lixo e formam filas no Saae em São Carlos Durante a manhã, muitos moradores que não receberam o boleto foram até a unidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), na Rua 7 de Setembro, e uma extensa fila se formou. Questionado sobre o motivo do não recebimento, se o prazo vai ser estendido, se haverá mudanças na forma de envio do boleto e quais medidas seriam adotadas pra evitar filas, o Saae apenas informou que a orientação é que o morador procure o atendimento via WhatsApp, pelo número (16) 99638-3058. Reclamações sobre a taxa A consultora de vendas Edna Aparecida Correia recebeu o carnê da taxa do lixo e, além de ter que pagar, não entende o motivo de donos de terrenos ou casas fechadas também terem que arcar com a cobrança. "Já recebi na casa da minha mãe que está vazia desde março. Chegou de um amigo meu que tem só um terreno", disse. A consultora de vendas Edna Aparecida Correia reclama da cobrança da taxa do lixo em São Carlos Reprodução/EPTV Ela mora há 30 anos no Jardim Tangará e agora vai ter que pagar a taxa de coleta, algo que ela imaginava que já pagava. "Um absurdo. Dá impressão que nem a prefeitura sabe direito o que está fazendo. Jogou no ar essa taxa. Parece que falou assim: "Vamos colocar um carnezinho em cada lugar que tem uma matrícula e a população que pague e fique calada'", disse. O imóvel da mãe dela está fechado desde março, quando a idosa faleceu. Mesmo assim o carnê foi enviado. "Eu vou pegar esse carnê e vou no Saae atrás dos meus direitos, porque a gente que no caso é herdeiro, né? A gente não vai pagar. Não está tendo lixo lá. Não tem lógica. Então a gente não vai pagar", desabafou. Mais notícias da região: HOMICÍDIO: Corpo de homem com mãos amarradas é encontrado em lagoa em SP; polícia investiga homicídio CERIMÔNIA: Casamento da atriz Giovanna Lancellotti e Gabriel David reúne famosos no interior de SP; FOTOS LUTO: Corpo do ex-prefeito de Ibaté Zé Parrella é enterrado; prefeitura decreta luto de 3 dias Como é feita a cobrança da taxa do lixo? A taxa é fruto de uma lei aprovada em 2024 pela Câmara Municipal e é obrigatória para todos os imóveis com cadastro imobiliário na prefeitura. O advogado Hélio Loreniz, especialista em direito imobiliário explica que para estipular os valores, a lei determinou dois pontos de avaliação: a categoria dos imóveis e a frequência em que a coleta é feita. Cobrança da taxa do lixo gera reclamação em São Carlos Reprodução/EPTV "O primeiro pilar [de cálculo] é o residencial, comercial ou industrial. A segunda linha de cálculo é: este serviço [de coleta] é feito diariamente ou dia sim, dia não. Se for diário e industrial, atinge o limite máximo. Se for residencial intermitente, atinge o limite mínimo do valor", explicou. Frequência da coleta O empresário Idinir Janduzzo está descontente com o serviço. Antes, a região do comércio dele tinha coleta diária, mas agora está sendo realizada três vezes por semana. "Para nossa sorte, nós temos muito papelão reciclado, então a galera passa e pega, mas tem dias que o pessoal não passa para fazer esse tipo de andante para pegar esse material, aí a coisa fica insuportável. Nós temos que pegar aquelas caixas de papelão, voltar tudo para loja, esperar a hora que alguém passa ou então esperar o lixeiro passar", disse. Para o empresário, diminuir o serviço justamente quando se estipula uma cobrança não faz sentido. "Eu acho que, se antes não era cobrado nada e passava-se todos os dias, porque que agora vai ser cobrado em menos dias? Então tem alguma coisa errada, né? Precisamos ver o que tá acontecendo e cobradas autoridades algo melhor", destacou. O presidente do Saae, Derike Contri, explicou que no local foi identificada redução de resíduos na região mencionada pelo empresário e, por isso, a coleta foi reduzida. Contato com a prefeitura O caminho para solucionar esses problemas, tanto a cobrança de imóvel fechado ou a retirada de dias de coleta, segundo o advogado, é o contato junto à prefeitura. "Eu não posso ir ao Poder Judiciário se eu não esgotei as vias administrativas. Eu entro com um requerimento à prefeitura, exponho o fato, deverá ser analisado a relação da região. Então, o que importa não é a unidade, mas a demanda daquela região, daquele espaço", afirmou. Moradores que pagam tarifa social, estão cadastrados no CadÚnico e têm renda familiar de até um salário mínimo podem solicitar a isenção da taxa. Dúvidas e outras informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-300-1520. Tem também um outro que é o WhatsApp que é o (16) 99638-3058. Veja no vídeo abaixo as principais dúvidas dos moradores sobre a taxa do lixo: Representante do Saae tira dúvidas sobre a cobrança da taxa do lixo em São Carlos VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara