Uma dose de história: cachaça artesanal celebra 40 anos de tradição familiar


Cachaça Vanalli. Foto por Cachaça Vanalli A Cachaça Vanalli, em Ribeirão Bonito (SP), comemora 40 anos de produção artesanal, unindo tradição familiar, inovação e reconhecimento internacional. Fundada em 1985 por Luiz Antonio Vanalli no Sítio São Francisco, a destilaria nasceu do sonho do avô Francisco e se transformou em referência na produção de cachaça artesanal. Aos poucos a empresa foi se especializando e com o passar dos anos colecionando prêmios nacionais e internacionais que a ajudaram a expandir cada vez mais. “Quando começou essa ideia de produzir cachaça era tudo muito difícil, não tinha informação, não tínhamos conhecimento, contudo com o passar dos anos, fomos buscando conhecimento e informação para conseguirmos uma melhora contínua na qualidade do nosso produto”, conta Luiz Antônio Vanalli, proprietário da Destilaria São Francisco. Imagem da loja do Sítio São Francisco. Foto Divulgação. Os primeiros anos Apesar da destilaria ter começado em 1985, a história deu os primeiros passos décadas antes, quando Francisco Vanalli, filho de imigrantes italianos, adquiriu uma pequena propriedade em Ribeirão Bonito, no distrito de Guarapiranga e iniciou o cultivo do solo em 1941. No local ainda havia apenas uma casa de pau a pique, mas logo se tornaria o Sítio São Francisco. E foi neste sítio, ainda nos anos 1970, que nasceu o sonho de produzir a autêntica bebida brasileira. “O sítio São Francisco leva o seu nome [Francisco Vanalli] como homenagem”, explica Luiz. Passados alguns anos, Luiz Antônio Vanalli assumiu a responsabilidade e fez as primeiras experiências com a fabricação da cachaça, ainda de forma simples e com algumas dificuldades. Lembra que eram apenas 16 hectares de cana-de-açúcar, quatro dornas de alvenaria e um alambique de cobre que permitia a produção de 80 litros diários da bebida. Ainda assim, foram nesses primeiros anos que surgiu o nome da bebida responsável por colocar a cachaçaria no cenário nacional e internacional: a Beija-Flor. Nome este que representa um gesto de carinho pela natureza que acompanhava o processo. “No início da produção haviam muitos beija-flores que rodeavam a moenda e o alambique. Em 2005, quando se iniciou a exportação para Inglaterra, foi utilizado o nome beija-flor como referência as origens da destilaria”, fala Luiz Antônio Vanalli. Tonéis de carvalho com a cachaça do Sítio São Francisco. Foto Divulgação Nos anos seguintes, Vanalli buscou aprimorar a produção e estabeleceu parcerias estratégicas que permitiram aperfeiçoar processos e ampliar a produção, como a realizada com a UNESP de Araraquara e o professor Dr. João Bosco Faria. Foi em 1989 que a partir da parceria um novo sistema de destilação contínua em colunas foi instalado modernização que permitiu o alambique produzir 100 litros/hora com atenção a qualidade e capacidade. “A partir daí sempre foi havendo evoluções e melhorias no processo produtivo tanto quantitativamente, como qualitativamente. Melhorando sempre os dois lados, o volume produzido, juntamente com a qualidade do produto”, explica. Da tradição ao reconhecimento O esforço começou a render frutos de forma clara em 2004, quando a Cachaça Beija-Flor 10 anos foi eleita a melhor do Estado de São Paulo no concurso paulista de cachaça realizado em Ribeirão Bonito. “O primeiro prêmio em 2004, como cachaça campeã no estado de São Paulo, dentro de 52 inscritos, foi o mais significativo. Já que não se tratava apenas de um concurso qualquer, mas do primeiro concurso paulista de cachaça e que aconteceu justamente na nossa cidade”, lembra. O feito abriu portas importantes, principalmente para o mercado externo e no ano seguinte, em 2005, a marca passou a exportar para a Inglaterra, mantendo o nome Beija-Flor como referência às origens. No mesmo ano, ao celebrar duas décadas de história, a destilaria lançou oficialmente a marca Vanalli. Uma nova linha de produtos voltada para apresentar novas variedades de cachaças saborizadas, que ampliaram o alcance da produção e atraíram novos públicos. Prêmios conquistados. Foto Divulgação. A trajetória de prêmios e reconhecimento continuou. Em 2009, a cachaça da família foi novamente campeã no concurso paulista, em Araraquara. Em 2014, conquistou a medalha de prata no Concours Mondial de Bruxelles, um dos mais prestigiados concurso de bebidas alcoólicas do mundo. E em 2020 veio o marco mais expressivo até então: a medalha de ouro novamente no concurso de Bruxelas, consagrando a Vanalli como um verdadeiro tesouro nacional de qualidade internacional. “Em 2014 conquistamos a medalha de prata do concurso Mundial de Bruxelas em 2020, como vocês mencionaram, a maior premiação até então: a medalha de ouro nesse que é o concurso mais renomado de bebidas alcoólicas do mundo, avaliando além de cachaça, demais destilados e fermentados”, diz. Em 2024, a destilaria lançou sua edição premium, a Cachaça Vanalli Envelhecida 21 anos, armazenada em tonéis de carvalho europeu desde 2002. Com produção limitada e garrafas numeradas, a bebida simboliza a paciência, o cuidado e a dedicação que marcam a trajetória da família. Cachaça Envelhecida 21 anos. Foto Divulgação. O legado Atualmente, novas gerações já participam do negócio, assegurando a continuidade do legado iniciado por Francisco e consolidado por Luiz Antonio. O objetivo, segundo Vanalli, segue claro: preservar a tradição, investir em inovação e manter a Cachaçaria Vanalli como referência em cachaça artesanal no Brasil e no mundo. Ele diz que para os próximos anos o maior objetivo é manter e melhorar a qualidade dos produtos, que se inicia com o lançamento da cachaça envelhecida 21 anos em edição limitada e exclusiva. Também pretende continuar atendendo diversos públicos diferentes com as cachaças tradicionais, cachaças envelhecidas e as cachaças com sabores. “Hoje é muito importante preservar esse legado sempre pensando na qualidade da cachaça, que vem sempre em primeiro lugar”, Conheça mais sobre a história, produtos e a produção da cachaça no site: https://www.cachacavanalli.com.br. É proibida a venda, oferta, fornecimento, entrega e permissão do consumo de bebida alcóolica, ainda que gratuitamente, aos menores de 18 anos de idade. Lei estadual nº 14.592, de 19 de outubro de 2011, artigo 243 da Lei federal n. 8.069, de 13 de julho de 1990.