VÍDEO: chão de apartamento da CDHU em Araraquara corre risco de afundar e local é interditado


Laudo indica que chão de apartamento da CDHU corre risco de ceder em Araraquara O chão de um apartamento da CDHU na Vila Biagioni, em Araraquara (SP), corre o risco de afundar e o local foi interditado pela Defesa Civil. Com pisos rachados e infiltrações, a família estava vivendo com medo e o caso foi parar na Justiça. Uma vistoria da Defesa Civil constatou que o prédio não corre o risco de desabar, mas a análise aponta que a situação do apartamento se agravou. A moradora vai receber aluguel social da prefeitura para sair do local. Ela tem 30 dias para escolher um novo imóvel e o auxílio terá validade de 1 ano. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 São Carlos no WhatsApp A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbana (CDHU) alega que os problemas são por falta de manutenção dos moradores e do condomínio. (veja abaixo o posicionamento). Infiltrações e afundamentos Infiltração em banheiro de apartamento no CDHU em Araraquara Leandro Vicari/EPTV Várias unidades do prédio entregue em 1997 estão com infiltrações na região da cozinha, do banheiro e da lavanderia de forma generalizada, causando até queda do forro. Na base do prédio, uma fenda rente ao chão está cada vez maior. O desnível na calçada é visível em vários pontos. O apartamento da aposentada Maria Inês Guerreira fica no térreo. Quando a filha dela se mudou para o local, quis trocar os pisos e descobriu que a área estava cedendo. "Quando o pedreiro estava quebrando o piso, afundou. Tinha um buraco enorme. Eu acho que entre a lavanderia e o banheiro foi aproximadamente meia caçamba de terra", afirmou. Mesmo com um aterro e a reforma, o piso começou a afundar novamente. Quarto desocupado e medo Piso cede e afunda em apartamento da CDHU em Araraquara Leandro Vicari/EPTV O caso mais grave é no apartamento da dona de casa Franciele Cristina de Araújo. Um quarto teve que ser desocupado por causa do risco de afundamento do chão. O rodapé está descolando, o guarda-roupas está escorado para não tombar para frente e vários pisos estão soltos por causa do afundamento que é maior no meio do cômodo. Quando a Francielle se mudou para o local em 2015, notou um desnível, mas não questionou porque pensou que fosse erro no assentamento. O problema é que a situação se agravou muito. "Todos os engenheiros falaram: "Não tem dimensão do tamanho que tá por baixo". Eles só falaram que não é pouca coisa para estar nessa situação, de estar cedendo assim o piso, rebaixando e tudo mais. E aí um dorme comigo aqui e o outro dorme na sala, mas com medo. Porque já teve vezes a gente acordar no meio da noite com barulho de estralos e aí um acordava assustado e vinha chorando aqui", disse. O quarto ao lado, onde ela dorme com um dos filhos, está com um bolor na parede, mais um sinal de problema no solo. Veja a reportagem completa do EPTV1: Apartamento do CDHU de Araraquara está com risco de chão ceder "Porque aqui não passa encanamento. Se passasse, então o problema tinha começado em cima. Isso aqui tá vindo do solo". O contrato de compra indica que o imóvel está garantido contra danos, entre eles desmoronamento parcial de elementos estruturais, mas o pedido de seguro foi negado. O laudo da seguradora feito em 2024 indica que o afundamento ocorre por infiltração de água da chuva, porque o condomínio não teria feito a manutenção do calçamento externo. Mas o documento deixa uma observação que, apesar de não haver ameaça de desmoronamento estrutural, aconselha isolar os quartos, pelo risco do chão ceder e ferir os moradores. Caso foi parar na Justiça A Defesa Civil também emitiu um laudo de análise de risco em janeiro deste ano. Foi constatado que o chão afundou 8 centímetros e o quarto não tem condições de uso. Francielle ainda luta na Justiça por medidas para acabar com os riscos à família dela. Foi determinado um engenheiro perito para fazer outra análise no prédio. Dona de casa Franciele Cristina de Araújo vai ter que deixar apartamento da CDHU em Araraquara Leandro Vicari/EPTV O relatório indica que falta pressão ao lado da calçada externa e isso leva ao desbarrancamento do aterro. A rampa e escada que servem como barreira para o terreno não ceder, protegem apenas na direção dos apartamentos vizinhos. O perito diz que o problema não é por falta de manutenção e sim falha na construção. A análise indica má compactação do aterro e que isso foi lentamente separando o calçamento do prédio. O custo estimado para os reparos é de R$ 28 mil. "Saiu o laudo do perito falando do problema do risco que tem e, mesmo assim, eles estão contestando, sabe? É indignação e raiva ao mesmo tempo, porque é só a gente que tá aqui vivendo". Ela afirma que não tem para onde ir. "Tem gente que fala assim para mim: "Nossa, Fran, mas sai de lá, tá perigoso, você não pode ficar lá com os seus filhos", como se eu tivesse outra opção", lamentou. O que diz a CDHU A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbana (CDHU) alega que os problemas do prédio são por falta de manutenção dos moradores e do condomínio. Sobre o apartamento com risco do chão ceder, a CDHU afirma que a moradora é quem deve fazer a manutenção e que os laudos foram apresentados à Justiça para tramitação do processo. VÍDEOS DA EPTV: Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara